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30 junho, 2006

Ancorada,

Ancorada,
num porto seguro,
mas ancorada …
A viagem foi longa:
calma, com as ondas a embalar
num silencio que cruza o horizonte;
turbulenta, com as ondas em fúria
num ruído que ensurdece o destino.
A viagem foi longa,
mas cheguei ao porto de abrigo,
cedo demais sem perceber,
numa espera sem sentido que não entendi,
fiquei ancorada,
num porto seguro,
mas ancorada …
e sem destino.

SBD 23.12.2005


O porto deixou de ser seguro,
e as ondas chamam por mi,
o destino será incerto
mas é hora de partir.

29 junho, 2006

A ti

Obrigada a ti,
porque estás aí, à espreita,
como a melhor amiga adolescente que aguarda o relato do primeiro beijo,
com esse entusiasmo, com essa alegria,
tão contagiantes que parece viver-se mais intensamente.
Obrigada a ti,
porque estás aí, à espera,
como uma mãe zelosa na primeira noite de saída dum filho,
com essa preocupação, com essa atenção,
tão reais que tudo parece que vai ser mais fácil.
Obrigada a ti,
porque estás aí, à espreita,
preparada para sorrir em mais uma noite de confissões,
partilhando momentos e pensamentos,
sentimentos e esperanças.
Obrigada a ti,
porque estás aí, à espera,
depois de ter secado as lágrimas e recuperado o fôlego,
tentando arranjar forças para contá-lo
e silêncios para te deixar consolar.
Obrigada a ti,
porque estás aí, amiga.

28 junho, 2006

Naturalidade vs Nacionalidade vs a Selecção

He nacido en el país de origen de mi nombre propio, que tiene la capital más romántica e iluminada – lo que dicen, que yo nunca me he enamorado allí y tengo falta de vista – donde los sindicatos aun constituyen una fuerza poderosa y los jóvenes han podido parar una medida innovadora del gobierno, pero que aún así, ya nada me identifica con él, soy apenas un número más en una maternidad.
Vivo en un país que consideré por ignorancia – y hay días que aún considero, por conocimiento - un auténtico atraso de vida - porque aquí no pasa nada que no solucionemos “encima dos joelhos” - que me ha visto crecer y madurar, que me ha dado la formación y donde ahora pago mis impuestos, el préstamo de la casa, la letra del coche – y paremos por aquí que me deprimo – donde cuando llegué no había casi nada y ahora encontramos casi todo, donde no tenia nada y ahora tengo mi vida, que me proporciona la nacionalidad con todos sus derechos inherentes, pero que aún así …
Crecí en un país al que le costó a pulso ganarse la democracia y lo consiguió a través de la monarquía, que se vanagloria exageradamente de él, pero que por eso ha conseguido ponerse por delante de muchos, que está partido en trozos y donde no siempre hablan la misma lengua, pero donde aún así me educaron con mucho amor - en una familia de cuyo nombre me orgullo y por eso lo utilizo – que me proporciona momentos de felicidad cada vez que piso su tierra, que me recuerda los momentos más entrañables de mi vida y los más difíciles también, donde guardo todos mis sueños, los de antes y los de ahora.
Nunca me ha gustado que hablarán mal de España ni de los españoles, hoy tampoco me gusta que hablen mal de Portugal ni de los portugueses, y es que como alguien que mucho aprecio me dijo un día, por mucha razón que se tenga, una cosa es que yo hable mal de mi hermano, otra, que lo hagas tu!

26 junho, 2006

Silêncio

O silêncio,
inimigo amargo,
onde não estamos e não somos,
nesse tempo que parou.
O silêncio,
companheiro incómodo,
onde estamos, mas não somos,
num momento que eterniza.
O silêncio
convidado especial,
onde não estamos, mas somos,
nesse momento de tempo certo.
O silêncio,
amigo caprichoso,
onde estamos e somos,
num instante que parece perfeito.

23 junho, 2006

Assustas-me

Assustas-me - tens que perder essa mania de esconder-te atrás da porta e fazer buh!, já não tens idade para isso! - não era bem isto, mas é que não deixo de pensar que deveria ter aprendido há muito tempo o divertido que pode ser rir de nós, mesmo sabendo que não temos graça, aliás, o sorriso vem daí! E não consigo evitar. Haja sentido de humor para o ridículo!
Mas, recomecemos …

Assustas-me,
porque me recordo
como se hoje fosse,
a primeira vez que me apareceste assim.
Vestido com o traje sumptuoso,
que a minha consciência envergava,
murmuraste o que já sabia,
o que já sentia,
o que ingenuamente pensava que escondia
a todos, menos a ti.
Assustas-me,
porque o passar dos dias,
na presença e na ausência,
mais não fizeram que talhar o traje,
e a ela posso evitá-la,
a ti não sou capaz,
e dizes-me o que penso,
e dizes-me o que sinto,
e perdi a ingenuidade e já não me escondo,
nem deles, nem de ti.
Assustas-me,
porque não entendo,
se o traje que tão bem te assenta,
foi feito de encomenda a pedido dela,
se é apenas um reflexo de ti,
e duvido se sei o que pensas,
e duvido se sei o que sentes,
e sei que não há ingenuidade e que não te escondes,
nem do mundo, nem de ti.

Confesso que a admiração que sempre me despertas-te, nunca me deixou muito claro se seria eu capaz de vestir o traje ou era apenas uma pretensão minha, acho que hoje percebi. É que nunca fui capaz – e continuo sem ser, como sabes – de deixar invadir o meu mundo sem ter a certeza de conhecer perfeitamente o invasor.

22 junho, 2006

Insociável e caprichosa, assim estou eu por estes dias, aliás, assim sou eu desde sempre – quem queremos enganar!? – suponho, no entanto, que o facto de ter incessantemente adiado os meus anseios, congelando-os no tempo e repondo-os à medida das novas circunstâncias, nunca deixou transparecer claramente estes singulares apanágios da minha personalidade.

Mas os estados alteram-se,
e hoje não me apetece.
Quero ser nuvem,
branca ou cinzenta,
tanto me faz!
Quero ir, para onde me levar o vento,
vou deixa-lo empurrar-me
a seu bel prazer!
E pouco me importa
senão querem vir,
estarão cá quando voltar,
como sempre estão,
como eu estive,
ou não,
outras ocuparão o vosso lugar.
Leva-me, quero ir,
flutuar por aí,
sem preocupação ou destino,
sem pressa e sem tempo
sem ti e sem ela,
apenas com ele,
com o vento.

Sim, ela está mudar, a minha vida!

21 junho, 2006

Momentos

Respiro medo em cada novo sentimento
antes sequer do definir,
tentando enganar o momento,
no meu mundo sei que sou feliz.
Ouço a razão no pensamento,
no casulo em que a viver aprendi
e sei que chegado o momento
a borboleta não se atreverá a sair.
O coração descompassa o batimento
e há dias em que quer ir,
mas num qualquer momento
faz com que volte a mi.
E os dias passam sem tormento
e o sol que brilha em ti
faz-me sonhar com o momento
em que talvez, diga sim.
E respiro medo em cada novo sentimento
e o sol que brilha em ti
no coração descompassa o batimento,
a borboleta não se atreverá a sair.

17 junho, 2006

Assim vale pena

É que não há nada melhor que ver as coisas ser bem feitas, e passar de 22 marmanjos a pavonear-se a 22 homens a jogar futebol é de facto sublime para quem aprecia a visualização de uma boa partida do desporto rei – nessa monarquia desportiva de súbditos, entre os quais eu não me incluo. De qualquer forma, e apesar de nunca ter sido grande adepta da sua prática, sempre gostei de passar o meu tempo frente à televisão a ver os grandes – ou pequenos, dependendo do desporto e das equipas – eventos desportivos. Já podia ser um jogo de basquetebol do Juventud de Badalona, o campeonato europeu de Atletismo, uma corrida de Fórmula 1 ou as Olimpíadas. Sempre me emocionei com eles. Naqueles momentos parecia que os grandes males da humanidade desapareciam, só assim poderia deixar que as lágrimas me corressem pela face, quando a selecção espanhola foi eliminada no Europeu de 96 frente a uma Inglaterra levada ao colo, que me fez acabar de joelhos frente a uma televisão em risco de ser destruída, por um ataque terrorista protagonizado pela minha ira.
Hoje houve mais sorte, o árbitro, apesar de tudo, não foi protagonista do jogo e demonstrou-se, mais uma vez, que o futebol é um jogo de equipa e não de pavões. Assim vale a pena ver futebol.

16 junho, 2006

Pajaritos a cantar

É mais forte que eu, não consigo evita-lo por muito que me esforce, suponho que me está no sangue e nesses primeiros anos de vida em que ouvi tantas vezes gritar como loucos os mais velhos membros da família.
Não sendo grande adepta de futebol - e principalmente de ver 22 marmanjos pavonear-se dentro de um maravilhoso campo relvado, tão apetecível para estender a toalha nesses dias soalheiros em que a melhor companhia é um livro – o facto é que não sou capaz de ver calma e aprazivelmente um jogo sem gritar, chamar nomes aos jogadores – que para apupos ao arbitro há lista de espera – e levantar-me do sofá, cadeira ou chão consoante o local onde esteja instalada, cada vez que um jogador remata à baliza – seja ela qual for, que o sofrimento de marcar ou sofrer golo é o mesmo nesses nanossegundos que o antecedem.
E é exactamente porque há quem sabe disso, que muito gostam de, dias antes dos embates, começar as picadinhas para ver se salto tão naturalmente como nos 90 minutos de jogo. Claro está que a mi as derrotas nem me aquecem nem me arrefecem passados 30 segundos do apito final – até porque a técnica eu-mesma-digo-mal-da-minha-equipa, resulta sempre - mas as vitórias já são outra história … aí o saltitar verbal pode prolongar-se enquanto haja quem o oiça e lhe dê alguma importância. Verdade seja dita, que nessas ocasiões o pio adversário perde-se com tamanha velocidade, que desta vez, vejo-me obrigada a ir procura-lo antes do próximo jogo da minha selecção, é que senão corro o risco de não ouvir pajaritos a cantar no dia 19.

15 junho, 2006

As gavetas do meu armário

Vou mudar a minha vida, custe o que custar. Vou exercer daquilo que realmente sou, uma trintona independente, orgulhosa e alegremente só. Estou cansada que me vendam o peixe, que todos precisamos de alguém – eu sei que não sou diferente, mas não precisa é de ter uma gaveta no meu armário – que é fantástico acordar com alguém de manhã – acordo mal disposta, não necessito que ninguém veja! – que os bons momentos partilhados sabem sempre melhor – e os maus que passam a ser a dobrar, ninguém se lembra ?! Gosto de fazer o que quero, quando quero e porque quero, e apesar de tudo, isso não é compatível com partilhar uma vida com alguém. O meu dogma necessitava ser posto em causa para que eu entendesse que não era uma verdade absoluta, mas uma forma de vida, agora que já o sei, é só vive-la.

13 junho, 2006

Tomar decisões

E tenho saudades de falar contigo e já sabia eu que ia chegar este dia, não de ter saudades de falar contigo, que também já sabia, mas de sentir-me entre a espada e a parede, porque era obvio que por muito que eu quisesse ignorar, alguém haveria – como sempre há – que me chamasse de volta ao mundo real …
Esse mundo onde temos que ser conscientes, consequentes, realistas, lógicos, racionais e … tomar decisões!
E uma vez de volta ao mundo real, já não consigo ignorar, esquecer e voltar a fazer de conta – maldita consciência que não sabe estar sossegada!
Chegamos então ao inevitável, à fantástica e maravilhosa análise racional da questão, com todas as suas causas e consequências, que serve para tomar uma decisão o mais acertada possível – seja lá o que isso for!
E não quero, porque não me apetece, não sei se sou capaz e principalmente não me sinto à altura de faze-lo, até porque no fundo é muito mais fácil deixar o tempo passar e esperar que ele mesmo tome a decisão – ele, o tempo, por si só, ou ele, tu, com que tenho saudades de falar.
E admito, sim, admito que tenho autentico pavor dos meus sentimentos, sejam eles quais forem. Aliás não, não de qualquer um, só dos bons, com os maus lido com facilidade! E deve ser por isso que é mais fácil encarar uma crítica que um elogio, porque da crítica defendo-me ou não – aguento-me a ela com todo o meu “mau feitio” - e ao elogio, não sei reagir!
E parece mentira que esteja a escrever tamanhas incongruências, uma menina tão bem comportada e consciente e prudente e sensata, parece mentira mas não é! No fundo é o “grito do Ipiranga” de que todos estavam à espera, mas que eu me nego a dar, e vou continuar a negar-me, porque no fundo sei que vai ser mudo!
E não consigo entender, e eu própria ando às voltas, e chega!
Vamos lá de uma vez por todas ser directa e concisa e consciente e consequente e perguntar o que temos que perguntar e aguentar as respostas sejam elas quais forem e deixar de florear a história – porque nem sequer gosto de flores – só porque me deram enxertos para plantar!
Vamos lá deixar de querer ser quem não somos, assumir o que sentimos e não exagerar o que alguém quer que sintamos só porque no fundo também o queremos sentir.
E já tomei uma decisão, mas isso no fundo é o mais fácil, difícil talvez será pô-la em prática … ou talvez não.

SBD 10.02.2006

É sempre mais difícil respeita-las, quando as decisões são tomadas sem acordo.

12 junho, 2006

Cobardia

O corpo acorrentado
a alma vazia
o ar subitamente pesado
angústia, dor, asfixia.
Quis que ficasse a meu lado
sem ver a quem pertencia
com o coração apertado
a mão de quem me oprimia

Acordei atordoado
sentindo nostalgia
do sonho jamais terminado
onde apenas teu seria.
O momento já passado
renovação da inocência
sufocando qualquer sentido
voltando à inconsciência.

Caí no esquecimento
Ouvi a melancolia
Bastava um intento
Apartar a hipocrisia
Rir desse momento
Desdenhar a cobardia
Indica-me o caminho
Antes de ser dia.

SBD 27.03.2006

E hoje perguntou-te eu - sim a ti, sabes bem que é a ti - a razão tem medo de sentir ou o coração pânico à insanidade?

09 junho, 2006

Fiquei triste,
parecia que à medida que a barriga crescia,
se encarregava de afastar-me da sua vida,
não ia ser fácil.
E sorri,
lembrei-me que tudo muda,
ou isso dizem,
e que era natural começar a aflorar o instinto maternal.
E surpreendeu-me,
embora já devesse eu estar habituada,
quando tocou o telefone e ao atende-lo,
porque não suporto o barulho que faz,
era ela que, como sempre, estava lá.

07 junho, 2006



Não me apetece estar com ninguém,
porque não me apetece estar comigo,
porque sei que não sei mentir,
porque sei que até a mi desiludi.
Não me apetece estar com ninguém,
porque não sou boa companhia,
porque hoje não me apetece sorrir,
porque sofro de uma estranha nostalgia.
Não me apetece estar com ninguém,
porque não quero ouvir,
porque não quero falar,
porque simplesmente não quero conversar.
Não me apetece estar com ninguém,
porque quero ser ninguém,
porque quero estar em lado nenhum,
porque hoje, quero ser nada.
Não me apetece estar com ninguém,
por isso estou sozinha.

06 junho, 2006

Toalhetes e dieta

Não há pior cego que aquele que não quer ver, e eu certamente há muito que não limpo convenientemente os meus óculos!
Porque teremos tanta dificuldade em aceitar aquilo que não entendemos? ou que não queremos entender? eis a questão: será que não entendo ou não quero entender?
Analisemos então – tanta racionalidade ainda vai fazer constar o meu nome no tal livrinho! Se não encontro um porquê lógico, de duas uma, ou ele não existe ou é tão absurdo que não alcanço – e tão prepotente que não consigo descortinar outra opção. Por outro lado se tenho plena consciência que “falar” é fácil, difícil é fazer, qual é o problema de entendimento do meu cérebro!? conclusão: não quero entender. Mas porquê? O tamanho importa, isso é ponto assente, poderá ser problema do entendimento não ter espaço disponível? - devia pôr o orgulho à dieta - ou então porque dói – dói não dói, escrevia eu nos primórdios … - mas bem vistas as coisas, não dói. Portanto temos, que não vejo porque os meus óculos estão sujos e não quero entender porque o meu orgulho é obeso. Fácil solução, amanhã compro toalhetes para os óculos e começo a dieta do ananás para o orgulho – e se ele azeda!?!?!

05 junho, 2006


A arte de manipular palavras está acessível a qualquer um, a de confirma-las com actos só a uns poucos.

04 junho, 2006



Revelações


É interessante verificar que conhecemos a vida de metade da humanidade e ignoramos completamente a nossa. Porque na realidade os percursos dos nossos avós, tios e pais – e todo aquele que vulgarmente se diz do nosso sangue, alguns dos quais eu dispensava - mais não são do que o anteceder da nossa própria vida e conhecendo-os acabamos por entender mais claramente quem somos.
Numa das muitas reuniões de família que realizamos em casa dos meus pais, todos felizes e contentes à volta de um panelão de caracóis – sabe Deus que eu nunca teria cometido o pecado de provar tão baboso animal, não fosse o aroma irresistível que o tacho desprende – acabei sentada na chão a tentar entender como foi possível eu nunca ter percebido que o maltrato do meu avo paterno à minha avó mau feitio – copia que sou dela – tinha marcado profundamente e para sempre os seus filhos. Que aquelas fugas a Lisboa, criança de meses debaixo do braço, tinham-no ferido de morte e que não seria capaz de conter as lágrimas por muito que quisesse quando tivesse que relatar esses factos.
Sempre fui consciente que tive uma avó progressista – não entrava na cabeça de ninguém há 50 anos fugir do marido por maltrato, afinal essa era a regra – e com uma personalidade um tanto ao quanto peculiar – estar calada nunca foi o seu forte, é natural que ele perdesse as estribeiras haviam muitos de pensar, porque me pareço eu a ela?!. Sempre a admirei por dizer aquilo que pensava fosse a quem fosse e onde fosse e por nunca se ter resignado a viver uma vida infeliz, é assim que me lembrarei sempre dela.
Hoje vi a outra face da moeda, a de uma criança de mais de 60 anos, machista por natureza, educação e convicção, deixar cair as lágrimas ao lembrar a mãe a dizer-lhe: "..eu mando-te buscar".

A capacidade de ocupar o lugar de outro,
varia sempre da vontade, ou não, de entende-lo.

03 junho, 2006

Crueldade

Somos cruéis quando estamos perdidos sem saber,
delicadamente controlamos tudo,
manipulamos todos,
com uma ingenuidade quase credível.
Tentamos encontrar o caminho,
seja de que forma for,
sem importar quem nos acompanha
ou quem deixamos para trás,
sem perceber quem já não está ao nosso lado,
sem saber que procuramos um novo trilho
porque não vemos que estamos perdidos.
E quando o encontramos,
sem percebermos que os deixamos atrás,
nos perguntamos onde estão.
E tentamos que a nossa inocência seja entendida
a nossa cegueira iluminada
e a nossa crueldade esquecida.
SBD 01.03.2006


Hoje fui cruel.

02 junho, 2006

Dando vueltas he pasado por los mismos lugares,
sin querer,
sin buscar y, como en mi vida,
sin parar.
Cuando no hay destino
tenemos la ventaja de no perdernos
y la desgracia de no encontrarlo.
Y cuanto más me acerco,
donde quiero ir,
más despacio voy,
mas me detengo,
más me asusta y,
más vueltas doy negándolo.
Y sé que así no arreglaré nada,
no dejaré de dar vueltas,
pero tengo miedo de admitir a mi,
y al mundo,
que estoy despertando,
que lo estoy entendiendo,
y que tiene razón,
el mundo, y claro, vosotros.
Estoy asustada,
porque cuando se busca,
no se encuentra,
quien mucho elige,
poco acierta,
y porque al final lo viví todo en mi mundo perfecto,
lo vivo, como quiero,
y no será así,
pero ya no es suficiente
y estoy asustada.
SBD 19.04.2006
Creo haber vuelto al punto de partida, ese que siempre senti mi casa.

01 junho, 2006

Ou quando

deixar de acreditar que sou dona da verdade absoluta e sentir que a minha essência se perdeu, tu - porque sempre és tu e espero continues a ser - me digas com a tua suave voz e os teus olhos melosos, aquilo que necessito ouvir.
Feliz cumpleaños (e obrigado por me fazeres sentir assim).
Quando

Quando pensamos que seríamos incapazes – porque acreditamos piamente no sentimento melhoramigodomundoearredores – de ferir, incomodar, incluso chatear momentaneamente para além do desejado, alguém que é deveras importante para nós, descobrimos que continuamos a ter, e cada vez mais requintada, a capacidade de o fazer de forma tão inconsciente como cruel (claro que a utilização do plural é apenas um forma de escamotear o sentimento de culpa, escusado será dizer!).
Quando pensamos que ficou algures entre a nossa infância e adolescência (sim, esse período em que de facto nos deveriam ter empurrado para dentro de um armário e deitado a chave fora – ai mamá, esse hábito de nunca fechar nada à chave … !) o dissecar as atitudes irreflectidas e inexplicáveis (nos tempos mortos em que não estávamos numa depressão existencial, a tentar descobrir porque o mundo teimava em girar para a direita quando na realidade o deveria fazer para a esquerda - porque quer ele pôr do avesso a nossa vida?!) cujo único propósito, parecia ser apenas acrescentar mais dúvidas à já nossa débil nobreza de sentimentos, descobrimos que afinal … (redobrar de tambores) … há coisas que não mudam, pelo menos tanto quanto pensávamos ou quanto queríamos.
Quando pensamos, no fundo não pensamos no que devíamos … se o fizéssemos deixaríamos de repisar as perguntas (espero que seja capaz de desculpar-me a ironia do titulo…), de hesitar nas conversas, de silenciar as dúvidas, de lacerar as pessoas que realmente nos importam … Quando deixar de usar esta palavra, tudo correrá melhor!

SBD 17.03.2006


Quando deixar de acreditar que sou dona da verdade absoluta, talvez consiga ser melhor amiga e aliviar o sofrimento a quem me apela.