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12 junho, 2006

Cobardia

O corpo acorrentado
a alma vazia
o ar subitamente pesado
angústia, dor, asfixia.
Quis que ficasse a meu lado
sem ver a quem pertencia
com o coração apertado
a mão de quem me oprimia

Acordei atordoado
sentindo nostalgia
do sonho jamais terminado
onde apenas teu seria.
O momento já passado
renovação da inocência
sufocando qualquer sentido
voltando à inconsciência.

Caí no esquecimento
Ouvi a melancolia
Bastava um intento
Apartar a hipocrisia
Rir desse momento
Desdenhar a cobardia
Indica-me o caminho
Antes de ser dia.

SBD 27.03.2006

E hoje perguntou-te eu - sim a ti, sabes bem que é a ti - a razão tem medo de sentir ou o coração pânico à insanidade?

2 Comments:

Blogger Uma vida qualquer retalha...

Já que estás na manta, deixa um retalho.

12 junho, 2006 19:14  
Anonymous Anónimo retalha...

Sabes uma coisa e eu sei que tu sabes tão bem ou melhor que eu, que a razão (a nossa) habitou-se a ser aquilo que lhe chamam e tambem Coração. É ela que dá as ordens de comando para os braços fortes do coração remarem e fazer com que o nosso “barco” não se limite a estar ancorado, mesmo em alto mar, e rume a algum ou nenhum lugar(mas isso só vamos perceber quando não chegarmos).

Eu, além de três ou quatro vicios que tenho mais ou menos quotidianos, tenho outro bastante mais nocivo e invisivel, mais poderoso e ao mesmo tempo mais fraco: Viciei-me e convenci-me que é através da razão e desta “puta” de racionalidade que pavoneio, que conseguirei sentir e alcançar a sanidade no Amor no seu sentido lato (pois nem me atrevo a entrar noutros mais restritos), é muito tempo a viciar-me, muito tempo a iludir-me, muito tempo com o coração apertado em luta contra a insanidade, como tu sugeres.

Pois digo-te, que por este andar e pela tua pergunta, o coração já parou e a razão tem medo sim, mas não de sentir, mas de ir pelo o mesmo caminho daquele que bombeia e tem ventriculos. O pânico,esse, há muito que esta instalado mas agora consciente.



“ Acordei atordoado, sentido nostalgia

Do sonho jamais terminado

Onde apenas teu seria.

O momento já passado, renovação da inocência

Sufocando qualquer sentido, voltando á inconsciência.”



Naõ fui eu, foste tu que escreveste.... sou eu.... sim sou eu.

Quanto á tua pergunta, não te consigo ajudar a desvendar o que sentes e o que te marca..... porque se olhares para o barco que te falei há pouco, estou a teu lado a remar, pra algum lado ou nenhum.......



Ate ja

MIKE

23 junho, 2006 15:35  

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