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21 julho, 2008

Saudades

Noutro tempo:
Saudades de ver o teu rosto,
das carícias em pele de criança;
saudades de chorar ao teu colo,
de dizer mama em noite chegada.
Saudades da infância vivida,
dos domingos de mesa composta;
saudades de uma casa cheia,
de outra adolescência imaginada.
Saudades dos copos bebidos,
da partilha de pensamentos escuros;
saudades do caminho percorrido,
amadurecer, em outro mundo.

Neste tempo:
Saudades de abrir essa porta,
de confessar incertezas;
saudades dos conselhos de vida,
de exaustas verdades discutidas.
Saudades do café curto e forte,
da escolha de vinho ao jantar;
saudades de tempo perdido
em trabalhos de ilusão.
Saudades de viver ao teu lado,
de não entender para além do momento;
saudades de falar da vida,
de descobrir sentimentos.

11 julho, 2008

De Marte, com recado

Hoje reli-te.
Naquele dia, como em tantos outros, aconchegaste-me a alma, e como uma criança, respondi com um sorriso.
Nunca saberei explicar como me ganhaste o carinho que te cultivo, nesse chão que nem sempre é fértil. Sei-o eterno e distante, em silêncios quebrados apenas por pensamentos de bem-querer.
Hoje soube-te triste. Neste dia, sem pretensão de fada madrinha, ofereço-te palavras. Sei-as sentidas, entrelaçadas por sorrisos que tentarão iluminar-te a face, para que pintes de vermelho o nariz e o venhas mostrar!