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31 agosto, 2007

A folha pautada de Deus
E a pena (de uma vida expulsa) de Marte

A lua estava cheia, redonda e alva como nunca recordara vê-la.
Abrilhantava a escuridão de um céu limpo e negro num perfeito momento de liberdade. Voltei a vislumbra-la iluminada por um sol laranja que lhe escondia as formas. Imponente, engalanava o espaço azul-marinho e opaco, como nunca vi.
Acompanha-me todas as noites; alma pensativa que vagueia pelo firmamento buscando resposta a perguntas por formular, não conheço desamparo. Lança sua escada, e sem saber, trepam até o seu regaço desde onde protegem os meus voos, dia após dia.

Obrigada .

27 agosto, 2007

Falta de jeito ou de consciência?

Talvez no sirva para esto, pero es que a veces no me consigo ver tan hija de puta como me pintan.

24 agosto, 2007

Estou triste, sorri.

Sinto-me a lágrima que escorreu na tua face e se desfez na sua mão.
Não há trilho e no meio de tudo há que parar; um momento no tempo, um olhar ao redor, um passo no caminho sem volta, que deixarás para trás.
Estou triste, sorri.
Sinto-me o riso que posou nos teus lábios e se desfez na sua boca.
Não há trilho e no meio de nada há que avançar sem certezas nem firmeza, apenas pondo pé ante pé; o caminho sem volta estará atrás de ti, te seguirá.
Estou triste, sorri.

20 agosto, 2007

Metamorfose

Sempre gostei de mudanças, parar é morrer e a minha vida sofria de uma estagnação há muito indesejada. Verdade seja dita que não a sonhava tão profunda, teria sido mais fácil de aceitar passar qualquer fronteira, por mais longínqua que fosse; os sentimentos que tratamos por tu concedem-nos uma confiança inabalável. Assim não foi e agora, tudo é uma questão de habituação a um tempo e a um espaço que não é só meu. E talvez a leviandade da idade, me impeça de a encarar como mais que uma experiência, ou talvez a consciência do momento, não me queria afogar em dúvidas cujas respostas apenas o tempo dará.

14 agosto, 2007

Confissão
("… Caminante son tus huellas, el camino y nada más; caminante no hay camino, se hace camino al andar, al andar se hace camino y al volver la vista atrás, se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar, caminante no hay camino, sino estelas en la mar…" Joan Manuel Serrat)

("...Caminhante são as tuas pegadas, o caminho nada mais; caminhante não há caminho faz-se caminho ao andar, ao andar faz-se caminho e ao voltar a vista atrás, vê-se o trilho que nunca se há-de voltar a pisar, caminhante não há caminho, senão rasto no mar...")

En realidad nunca te entenderé, a veces creo que miramos la vida de espaldas una a otra y por eso nunca vemos lo mismo, poco importa,
sigues así.
(Na reliadade, nunca te entenderei, às vezes creio que olhamos a vida de costas voltadas uma para a outra e por isso nunca vemos o mesmo, pouco importa, continuas assim.)

Feliz cumpleaños Mukanda, sigue sorriendo mientras caminas.
(Parabéns Mukanda, segue sorrindo enquanto caminhas)

13 agosto, 2007

Mudez

As palavras sentidas no vazio
do silêncio de uma noite de verão
ecoam obstinadas;
e a doce melodia sussurrada em segredo
não é ouvida, numa amena espera
que aguarda o momento.
Insistentes na surdez do tempo,
guardam os gestos
que intentam confirmar certezas.
E o tom aumenta,
não as deixando ela escapar
desse espaço perdido na mente,
onde se sente
a vibração do seu ecoar.

03 agosto, 2007

Gracias Niña

E disse-me ela: “… são esses pequenos momentos, que roubamos ao resto da nossa vida …” E ali ficou, a pairar suavemente no meu pensamento, para não ser olvidada.
Tens o peculiar dom de preparar-me para conversas inesperadas, embora previsíveis, que culminam em felizes surpresas. Mais uma vez, obrigada.

01 agosto, 2007

Muñecas
Cuentos de hadas (de uma Vida expulsa) de Marte

Recuerdo, ya adolescente, dejarla caer cuidadosamente encima de ellas, para taparlas, aun sabiendo que el plástico no tiene frío y las muñecas tampoco; no pasaba de una forma peculiar de dejar la ropa en la silla. Creo haber perdido la costumbre el día que decidí guardarlas. Hoy, siguen pasando sus días encima de la cama de la habitación que será siempre mía, pero que presto con júbilo a mi princesa.
Es verano y hace calor, no hay que arroparse y la crédula inocencia está de vacaciones.