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25 março, 2007

Aviso à navegação
(a ti, que remavas ao meu lado)

Já lá vai um ano, que o relógio, não pára de marcar as horas.
Foi um estranho pedido, para quem sempre utilizou a tinta, para gritar o que a voz não queria.
Um desafio, para uma escrita cheia de emoções inexplicáveis e incompreensíveis, impossíveis de rimar.
Um orgulho, por ter sido feito por alguém que desde sempre, me despertou uma admiração invulgar.
Já passou um ano, que o tempo não espera.
E não me canso de ouvi-la, agora que tem vida.
Fizeste-me voltar ao momento, em que cai no esquecimento.
E com esse sorriso vaidoso que vestes, sempre que o revelas a alguém, iluminas o branco papel, que a tinta fará com que deixe de o ser.
Obrigada, amigo.

23 março, 2007

Mi amigo Billy

Lo acabo de recibir - le respondo - y de repente vuelvo a la noche de domingo, al sofá de casa y a la escena de la película; finalmente el niño recibe la carta, la familia espera impaciente su llegada y al entrar en casa todos aguardan que la abra, él la mira y la coge en sus manos, les devuelve una mirada cómplice y se levanta acompañado con ella para refugiarse en la habitación, para estar solo, parece esperar que ella le desvele el contenido mientras la sujeta con un mixto de impaciencia y calma en la mirada. Recuerdo que volví a pensar lo mismo que la primera vez que vi el largometraje: yo me hubiere abalanzado sobre ella.
Nunca llegaré a conocerme del todo, felizmente.

19 março, 2007

Aos meus pais
(porque tive a sorte de ter dois)

Te perdí un septiembre, la primera vez
y un triste día de noviembre, te dejé para siempre de ver.
Te recordaré perfecto, como un día a él lo imaginé,
te añoraré en mis tristezas y alegrías,
te regalaré sonrisas y en lágrimas te pediré.
Porque fuiste padre, mas que abuelo;
porque te quise como a él, porque aun te quiero.
Voltaste um dia, sem avisar,
e o meu mundo vieste desordenar.
Afastaste-me de quem mais queria,
caindo do pedestal, em que te erguia.
Entendi com o passar do tempo
que não havia traição, por amar-te
do fundo do meu coração.
Debilidades
11 de Março de 2007


Sem confessar à própria alma, deixam-se os dias passar, entre alegrias momentâneas e uma angústia que acompanha a ténue sombra. O caminho agreste e sinuoso convida a parar a marcha, enquanto se continua a traçar um novo trilho impelido por um impulso imperceptível que não me pertence, mas ao qual me entrego, sabendo-o meu.


01 março, 2007

Teimosia

Sempre crente que não perdi o rumo que fixei há já algum tempo, custa chegar a um destino traçado com cuidado, mas cheio de imprevistos. Atravesso uma tempestade que parece não ter fim, apreendendo novos artifícios, que certamente me serão úteis em próximas viagens. Os deuses parecem enfadados, talvez com a razão dum desentendimento não analisado, que outrora merecia um grito de ajuda, que não dei; mas a chegada de semideusas ainda virgens, sendo à partida uma solução, tende agora a transformar-se numa nova forma, de raios e trovões. Simples mortal, mas não assustada, tentarei encontrar esse ponto marcado no mapa com cuidado, enfrentando a fria chuva, os deuses furiosos, os conformados e os expectantes e as virgens pretensiosas em estado divinal, apenas por uma teimosia dificil de evitar.