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29 janeiro, 2008

Hoje, 29 de Janeiro de 2008

Hoje o dia começou cedo, demasiado cedo numa noite que não acabou. E ao acordar, a angústia de sair duma cama que já foi perfeita; e agora é demasiado grande, e estará fria e vazia.
Os minutos passaram num misto de temos tempo com o tempo não espera.
Olhaste uma a uma cada divisão da casa, como se da última vez se tratasse e, no entanto, continuará tudo no mesmo sítio.
Um dia como qualquer outro sabido diferente de qualquer um: a fila, a portagem, o rádio na estação de sempre e o caminho sem retorno a jornada completa.
Uma espera eterna, os vinte minutos de despacho da mala com quase tudo, que é tanto e tão pouco; a separação adiantada pelo comum bem da segurança.
E foram chegando, e trocamos palavras de conforto e silêncios desconfortáveis.
Um café matinal, para despertar, como outra qualquer manhã em que teríamos um semblante cansado pelas horas sem dormir, os pés destroçados e no sangue correria mais que a inquietude.
As últimas confidências, o último beijo, o último adeus, de hoje; porque hoje é o primeiro dia, porque hoje é menos um dia para te reencontrar, meu Amor.

24 janeiro, 2008

Feliz cumpleaños

Há pessoas assim, poucas, que nos marcam de tal forma, que nem uma vida eterna poderia apagar a sua cunho.

18 janeiro, 2008

Hoje voltei a acreditar.

A escassas duas semanas de completar mais um ano de trabalho, o entusiasmo dos primeiros tempos voltou. Foram necessários quase cinco anos de aprendizagem e os sábios conselhos de quem tem uma capacidade inata para o relacionamento humano e os procedimentos hierárquicos – sem ele, não teria acontecido.
Hoje voltei a acreditar.
A acreditar em mim. A acreditar que há quem acredite em mim. Hoje inicie um projecto, um projecto meu, um projecto em que acredito. Pouco importa se falhar, aprenderei com ele, aprenderei comigo. Com as minhas opções, com as minhas decisões, com os meus erros.
Hoje voltei a acreditar e estou feliz.

10 janeiro, 2008

Bom ano

Faltam as palavras, o sentir, neste tempo de espera que desespera.
E da habituação que assusta, a mudança já desenhada se avizinha lentamente, como o comboio do apeadeiro. Suspenso o momento, na névoa que envolve a noite, atravessará o trem a estação a velocidade desconhecida, mas estonteante, seguindo um caminho incerto, rumo a certeza do destino escolhido.