>

26 setembro, 2011

Voltei a mim

E quanto mais me ouvia, mais me reconheci.
É difícil traçar a linha que separa o ceder de o abdicar,
o que somos do que gostaríamos de ser,
o que queremos do que precisamos,
e da inexperiência surge a dúvida.
E olhei para trás e não me vi,
apenas um reflexo do que fui,
num lugar onde não era o momento de ser, mas de crescer.
E quanto mais me ouvia, mais me reconheci.
São fáceis as certezas na confiança,
o tom convicto num sorriso
rodeado de rostos conhecidos,
de braços dispostos a nos amparar.
E olhei em frente e vi,
um caminho sem traçado pronto a desbravar,
em qualquer lugar que seja tempo de ser, de viver.

24 setembro, 2011

Sinto-vos a falta

E ao deixar entrar a luz, reencontro outro tempo, onde não estava só eu. E te vejo de sorriso nos lábios a deixar entrar a brisa em cada espaço iluminado. Sinto-vos a falta. Nesta casa que já foi lar, e foi trincheira e local de festa e testemunha de felicidade e tristeza, de abraços e revoltas várias. Onde tudo começou. Sinto-vos a falta. E falta-me a tua voz a gritar-me o nome. O som de fundo, do aparelho ligado e ignorado que te acompanhava de manhã à noite. À volta da mesa redonda, onde antes de nos sentar já se discutia, que nos acompanha há uma vida, que tanto sabe de mim como tu me conheces. Sinto-vos a falta.

09 setembro, 2011

Lisboa

Senti-me a passear num postal de férias, andando nessa calçada tão típica e incomoda para as esguias vaidades femininas; ladeada por edfícios em tons pastel, iluminados por um sol que não se partilha, mas rosa as faces e escalda a pele.
Pintura a óleo gravada na memória da saudade, em momentos de rara felicidade onde ninguém existe, apenas eu.