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24 dezembro, 2007

Es Navidad

Es Navidad: el árbol está iluminado, el pesebre en su lugar, la mesa estará puesta y yo, yo daré gracias por lo que tengo, por verla sonreír, y me preguntaré por lo que falta, porque no están aquí, como siempre.
No recuerdo la noche buena del año pasado y así gano conciencia que no le di la importancia que debía y que hoy me hacia falta. Una vez más aprendiendo a golpe de vida, me doy cuenta del menosprecio que tiendo a darle a todo lo que se repite, con demasiada facilidad. Veinte años pasados y me siento la niña a la que la distancia, una vez más, no le deja ser completamente feliz. Mentira. Siempre lo fui sin saberlo, como hoy.
Y tengo un mixto de alegría y tristeza, de noche especial y otra más, de añoranza y venga el futuro que lo espero aquí.
Es Navidad.

19 dezembro, 2007

Histórias de uma qualquer vida (expulsa de Marte)

Há muitas coisas que não entendo, até aqui seria tudo normal, não fosse a minha teimosia em tentar compreender o que me rodeia.

Sei melhor que ninguém, mesmo que aparentemente nem pareça, que não sou nenhum poço de bondade e confiança; acreditem ou não, tenho alojado dentro de mim um ser mesquinho e maquiavélico que desconfia de tudo e de todos e que não pouca vezes, me condiciona o pensamento e as acções; justiça lhe seja feita, também já me poupou alguns dissabores. Na verdade, nunca pretendi ser um exemplo de virtudes, uma vida não chegaria para corrigir-me e sendo sincera, não há assim tanto que queira cambiar. Estou rodeada de pessoas que gostam de mim, que se preocupam comigo mais do que eu própria, que choram a minha tristeza e riem a minha alegria como se fosse delas, que me fazem sentir mais humana, que me ajudam cada dia a querer ser melhor, no fundo, estou rodeada de pessoas que me tornam especial. E dias há, em que a consciência - empurrada pelo ser de bom fundo que me habita - se pergunta que estarei a fazer com a minha vida, privando-me de momentos que nunca recuperarei; e há dias, em que uma medíocre malvadez me presenteia com a razão, que apenas é capaz de conviver com a solidão.

Há muitas coisas que não entendo, até aqui seria tudo normal, não fosse a minha incapacidade em tentar compreender-me.

12 dezembro, 2007

Foge-me o tempo

Fogem os segundos em que os teus lábios tocarão os meus;
fogem os minutos em que sentirei os teus braços ao redor do meu tronco;
fogem as horas em que o teu corpo me entrelaçará.
Foge-me o tempo.
Fogem os segundos em que cruzaremos o olhar;
fogem os minutos em que sorriremos juntos;
fogem as horas em que as nossas palavras preencherão o ar.
Foge-me o tempo.

06 dezembro, 2007

Fumos (da grelha ao exaustor)

Sempre me dei melhor com eles que com elas; e é que apesar de tudo, prefiro a conversa do avançado que a escolha da cor do verniz; e o aroma do vinho aveludado ao último perfume da Chanel. Talvez tenha a ordem invertida, mas da aparência de mulher madura, gosto de acreditar que me desfiz há já alguns anos, sem deixar qualquer tipo de saudades. E parece, parece-me, que tudo se torna plastificado, é como aquela perfeita casa de bonecas com a recomendação “proibido tocar”, que sendo um regalo para os olhos, envenena a vontade de desfrutar do toque e conhecer os detalhes. E volto a Marte sem entender, se as escolhas são por prazer ou aparência; eu, continuarei a beber do tinto, discutindo a falta mal marcada entre cantos à desgarrada e filosofias de vida airada.