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24 março, 2009

A final dos vencedores

Na semana que antecedeu a final da taça da liga, foram todos avisando que a conquista do troféu não salvaria a temporada – como se as exibições semanais, não dessem conta do caso. Agora que disputada, parece que afinal era de maior importância do que parecia.
Não vi a primeira parte do jogo, que as prioridades servem para saber que é mais importante encher o frigorífico, que ver bola. Pouca atenção prestei à segunda parte, que eu gosto de jogos de futebol e não de pavões a treinar saltos de piscina (modalidade encantadora, quando executada por quem sabe e em local próprio). Mas lembro-me da primeira repetição do lance da polémica, aquela em que não se consegue saber se há ou não há, situação para marcar grande penalidade; e talvez o operador de câmara seja irmão do arbitro, ou talvez tenha cometido um erro, como quando um avançado falha um golo à boca da baliza, ou quando um guardaredes deixa entrar um frango ou um treinador utiliza a táctica errada, quando têm o tal, “mal dia”. De toda esta situação, eu retenho duas coisas. Primeiro, que espero que toda esta certeza de que: “…jogamos para ganhar...” e “pedir desculpa, não chega”, continue no espírito dos jogadores, no dia, que queira Deus não chegue (desculpa Amigo, que sei que tens mais com que te preocupar), que Portugal ditar o fim da sua campanha para o Mundial. Segundo, que afinal ganharam todos, que era o que se queria com três competições nacionais, ninguém esperava, é que podessem faze-lo, com apenas duas.

19 março, 2009

Feliz dia Papá

Separados por uma distância medida a quilómetros, relembro outro tempo. Mais que ninguém, me fizeste crescer. Desafiando as minhas verdades, conseguiste que me reinventasse. Ouvi palavras duras, mas verdadeiras, essas verdades que sabemos mas não queremos ouvir. Sei que nos amas, mesmo não sendo capaz de dize-lo; sei que te orgulhas de nós, como só um pai seria capaz; sei que tens a tua mão estendida, apesar de mostrar apenas um punho. Serás sempre um desafio, o meu desafio. Talvez nunca chegue a atender-te, talvez não tenha que te entender.

Te quiero Papá, y te lo repetiré en cada llamada, esperando el día que me respondas: “y yo a ti”.

18 março, 2009

Sabes Yaya, algunos, tenemos que quedarnos sin bambas, para aprender

Sentadas no sofá da sala, conversávamos. Os 34 anos de vida já me deram o estatuto necessário, para ser ouvida e ouvinte, mesmo para quem continuo a ser uma criança. Contava-me a sua última reacção egoísta, porque nem sempre consegue ver para além do umbigo. Nada que me espantasse, tendo em conta que dois dias antes a reacção foi comigo, e é que à minha tia-irmã, faltou-lhe aprender que não vale a pena ficar sem os ténis.
Era sempre um dia emocionante, apesar da viagem infindável. Sei que a repeti por várias vezes, e verdade seja dita, gostava de a reviver. Tenho hoje a consciência, que outrora não podia nem devia ter, que toda essa emoção se prendia com o facto de saber que voltaríamos com algo novo e especial, algo, que nem sempre tínhamos ao alcance. Afinal as idas a Andorra, eram mais que um passeio, uma ida às compras. Não consigo relembrar o porque, tamanha a importância da questão, apenas sei que nesse dia entramos, mais uma vez, num interminável número de lojas de desporto, para escolher uns ténis de qualidade (leia-se marca). Recusei-me a escolhe-los, porque uma birra inútil, ditou que os meus princípios, fossem eles quais fossem, não se renderiam a uma compra mais que desejada, mas amarrada à chantagem. Tontearias de uma pré-adolescente, a lutar contra o mundo que a queria dominar. E lá voltei para casa de mãos vazias. Nos meses seguintes e com o acordo do irmão mais novo, fui utilizando os seus sapatos desportivos, que cuidava com carinho para não romper o pacto que mantínhamos. Mas nunca fomos de muitas meiguices e sempre lhe detestei essa qualidade inqualificável que o obrigava a tentar manipular-me sempre que não obtinha o que queria, quando queria e porque queria. E um dia a briga aconteceu, e obviamente quando fui tentar usar os seus ténis, a discussão começou. Escusado será dizer, que a Piedade rapidamente resolveu a questão. As sapatilhas não eram minhas, eram dele, pelo que não havia nada para debater. E aproveitou a ocasião, pela qual estou certa esperava, para relembrar-me que se não tivesse sido casmurra e lhe tivesse dado ouvidos, porque mesmo chateada, surda não era, o problema nunca se tinha posto. Nesse dia aprendi, embora não esteja certa de lembrar-me sempre que devia, que as birras são birras, e portanto só cada um de nós, perde com elas.