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13 junho, 2006

Tomar decisões

E tenho saudades de falar contigo e já sabia eu que ia chegar este dia, não de ter saudades de falar contigo, que também já sabia, mas de sentir-me entre a espada e a parede, porque era obvio que por muito que eu quisesse ignorar, alguém haveria – como sempre há – que me chamasse de volta ao mundo real …
Esse mundo onde temos que ser conscientes, consequentes, realistas, lógicos, racionais e … tomar decisões!
E uma vez de volta ao mundo real, já não consigo ignorar, esquecer e voltar a fazer de conta – maldita consciência que não sabe estar sossegada!
Chegamos então ao inevitável, à fantástica e maravilhosa análise racional da questão, com todas as suas causas e consequências, que serve para tomar uma decisão o mais acertada possível – seja lá o que isso for!
E não quero, porque não me apetece, não sei se sou capaz e principalmente não me sinto à altura de faze-lo, até porque no fundo é muito mais fácil deixar o tempo passar e esperar que ele mesmo tome a decisão – ele, o tempo, por si só, ou ele, tu, com que tenho saudades de falar.
E admito, sim, admito que tenho autentico pavor dos meus sentimentos, sejam eles quais forem. Aliás não, não de qualquer um, só dos bons, com os maus lido com facilidade! E deve ser por isso que é mais fácil encarar uma crítica que um elogio, porque da crítica defendo-me ou não – aguento-me a ela com todo o meu “mau feitio” - e ao elogio, não sei reagir!
E parece mentira que esteja a escrever tamanhas incongruências, uma menina tão bem comportada e consciente e prudente e sensata, parece mentira mas não é! No fundo é o “grito do Ipiranga” de que todos estavam à espera, mas que eu me nego a dar, e vou continuar a negar-me, porque no fundo sei que vai ser mudo!
E não consigo entender, e eu própria ando às voltas, e chega!
Vamos lá de uma vez por todas ser directa e concisa e consciente e consequente e perguntar o que temos que perguntar e aguentar as respostas sejam elas quais forem e deixar de florear a história – porque nem sequer gosto de flores – só porque me deram enxertos para plantar!
Vamos lá deixar de querer ser quem não somos, assumir o que sentimos e não exagerar o que alguém quer que sintamos só porque no fundo também o queremos sentir.
E já tomei uma decisão, mas isso no fundo é o mais fácil, difícil talvez será pô-la em prática … ou talvez não.

SBD 10.02.2006

É sempre mais difícil respeita-las, quando as decisões são tomadas sem acordo.