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16 junho, 2006

Pajaritos a cantar

É mais forte que eu, não consigo evita-lo por muito que me esforce, suponho que me está no sangue e nesses primeiros anos de vida em que ouvi tantas vezes gritar como loucos os mais velhos membros da família.
Não sendo grande adepta de futebol - e principalmente de ver 22 marmanjos pavonear-se dentro de um maravilhoso campo relvado, tão apetecível para estender a toalha nesses dias soalheiros em que a melhor companhia é um livro – o facto é que não sou capaz de ver calma e aprazivelmente um jogo sem gritar, chamar nomes aos jogadores – que para apupos ao arbitro há lista de espera – e levantar-me do sofá, cadeira ou chão consoante o local onde esteja instalada, cada vez que um jogador remata à baliza – seja ela qual for, que o sofrimento de marcar ou sofrer golo é o mesmo nesses nanossegundos que o antecedem.
E é exactamente porque há quem sabe disso, que muito gostam de, dias antes dos embates, começar as picadinhas para ver se salto tão naturalmente como nos 90 minutos de jogo. Claro está que a mi as derrotas nem me aquecem nem me arrefecem passados 30 segundos do apito final – até porque a técnica eu-mesma-digo-mal-da-minha-equipa, resulta sempre - mas as vitórias já são outra história … aí o saltitar verbal pode prolongar-se enquanto haja quem o oiça e lhe dê alguma importância. Verdade seja dita, que nessas ocasiões o pio adversário perde-se com tamanha velocidade, que desta vez, vejo-me obrigada a ir procura-lo antes do próximo jogo da minha selecção, é que senão corro o risco de não ouvir pajaritos a cantar no dia 19.