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18 setembro, 2007

As pegadas de Deus quando troca alumínios

Dizem que quando Deus fecha uma porta, abre uma janela e que o único par de pegadas que vemos na areia da praia em horas difíceis, são as dele, que nos carrega ao colo.
Não sei porquê quis fazer a primeira comunhão, nem porquê fui baptizada; relembro ir bendizer o ramo religiosamente – e nunca melhor dito – todos os anos, porque sempre havia roupa nova a estrear, que só seria novamente utilizada ou nas idas ao médico ou nos domingos de festa, com grande pena minha. Frequentei um grupo de jovens católico enquanto em casa zombavam das minhas idas à Igreja e ainda hoje, o único que me atrevo a cantarolar em companhia da solidão, são os cânticos tantas vezes ensaiados para a Missa de domingo, que aprendi noutro tempo. Deixei de frequentar os Templos semanalmente há demasiados anos, recebem agora a minha visita esporádica, em casamentos, baptizados e funerais – como do resto dos comuns mortais. Continuo a falar com Ele nas aflições de ânimo e nas graças de espírito, da mesma forma que converso com o meu pensamento, para aliviar a alma; e tenho sentido a sua presença marcada no chão, junto à minha nova janela com vista ao infinito.

4 Comments:

Blogger Rogério Charraz retalha...

"Continuo a falar com Ele nas aflições de ânimo e nas graças de espírito, da mesma forma que converso com o meu pensamento..."
Não estarás a duplicá-lo? Será que o Ele não é um Eu? Eu acredito que sim, senão não falava tanto "comigo" mesmo...

19 setembro, 2007 14:24  
Blogger Uma vida qualquer retalha...

Talvez sim Rogério, mas sabes, o meu idealismo romântico não me permite deixar de acreditar que Ele existe e chora e sorri comigo.
Eu chego a desejar que o meu pensamento emudeça, infelizmente, é nesses momentos que a sua voz é límpida.

19 setembro, 2007 15:28  
Blogger Cravo a Canela retalha...

Não disse que Ele não existe, só acho que se manifesta muita mais na primeira pessoa que na terceira, que está dentro de nós e não alguém a quem tenhamos que nos dirigir e falar com...

20 setembro, 2007 10:00  
Blogger Uma vida qualquer retalha...

Oh Charraz, bem me parecia que eras tu!
Sem dúvida que sim; nasce, renasce e morre dentro de nós, em primeiro lugar.

20 setembro, 2007 17:32  

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