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05 setembro, 2007

Amizade (a duas mãos)
Loucuras de (duas vidas expulsas) de Marte

Deixei-te entrar, porque te reconheci,
eras tu a amiga de outros tempos.
Caminhaste, em todas as direcções
em mapas, que só identifiquei
nas palmas da tua mão, porque,
és mais fácil que eu,
e mais difícil de ser, porque és tu
e os espelhos fazem-me mal.
Caminhas, sentes, ages, sofres
interpretas, questionas,
mas vives, independentemente
da condição que te propuseste
ou obrigaram a viver, sê tu.
Deixa-me reconhecer-te
em momentos que são só nossos
que queremos a dois.
Vem, porque te quero aqui,
na noite negra que só nós vemos
límpida, como os dias de chuva,
como o sol que nos abraça.
Por vezes é mais fácil sermos nós
do que ser eu, e para os outros
somos sempre melhor, amiga.