>

11 julho, 2006

Conversas

E perguntou-me ele, com aquele terno olhar, de quem espera uma resposta que lhe esboce um sorriso de felicidade:
- Então e tu? Como estás?
- Eu, estou bem, como sempre, com o meu trabalho – respondi-lhe convicta, no fundo era a resposta que esperava ouvir, a de sempre. Mas enganei-me, queria mais, depois de mostrar-me o que guardava na sua alma. E questionou com um sorriso maroto:
- E gajos?
- Nenhum, pelo menos permanente! – repliquei, olhando-o nos olhos para que visse que não havia nada a esconder. E sorriu.

Conversamos com as mãos entrelaçadas,
acariciando-as em cada milímetro.
Confirmaram cada palavra, cada suspiro, cada confidência.
Disseram mais elas que nós, como sempre fazem,
com ternura, com verdade, com alivio.
Conversamos com as mãos entrelaçadas,
acariciando-as em cada milímetro.
Sentiram cada mágoa, cada conforto, cada sorriso.
Disseram mais elas que nós, como sempre fazem,
com amizade, com amor, com carinho.