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06 maio, 2007

Hoje

Senti-te a falta,
quando virava a página do livro recém começado.
Não tinha o teu corpo ao meu lado para apoiar-me, enquanto a brisa não deixava que o sol me acalentasse, e as tuas mãos apartavam o cabelo dos meu olhos, destapando-me a cara.
Senti-te a falta,
quando passeava a beira rio buscando algo no infinito.
Não tinha os teus dedos enrolados nos meus, enquanto os meus passos me levavam a nenhures, e a tua voz era muda, apenas perceptível pelo movimento dos teus lábios, aniquilada pelo som da música nos meus ouvidos.
Senti-te a falta,
Quando fazia o pedido à simpática senhora da esplanada: um café, uma água, um.
Não estavas para esvaziar metade do açúcar na minha chávena, enquanto misturava a água natural e a fria, e o teu sorriso iluminava a minha tarde de primavera, refrescada por um doce gelado a dois.
Senti-te a falta,
porque hoje, gostava que tivesses existido.