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11 setembro, 2006

O sétimo sentido

As mulheres têm supostamente um sexto sentido, o feminino, esse que a mim me falta, porque:
debería haber nacido hombre. Em compensação ganhei um sétimo, que também de pouco me serve, porque teimo em ignora-lo - é que tenho alguma dificuldade em fazer caso a pensamentos fugazes, vindos de lado nenhum, sem qualquer raciocínio lógico e com pretensões de condicionar a minha vida. Justiça lhe seja feita, ter-me-ia poupado alguns dissabores da vida: desde o ter sido apanhada, ainda adolescente, pela mamá a fumar, até a primeira grande bronca no trabalho, onde corriam lágrimas de raiva em banda num descontrolo irreconhecível.
Tenho tentado conhece-lo, para entender, porque nem sempre é fácil, quando é ele, e se é eficaz, distingui-lo dos desejos escondidos, dos temores receosos e inclusivamente das irritações maldosas, que é tarefa complicada. Continuarei a ignorá-lo, sempre que não consiga de alguma forma, justificar a sua existência ou reconhecer que nada perco, nem sequer tempo, dando-lhe a importância que ele reclama.