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08 junho, 2008

E calçou a luva branca e esbofeteou-me com ela.

A medida que o tempo passa e o dia vai-se acercando, a consciência tenta tomar conta de mim, porque sabe que a necessito. Aconchegada o suficiente, para dar espaço a uma esperança que não desiste, segura-me a mão, mostrando-me o caminho que terei que percorrer.
Foram os dias mais difíceis, da minha então curta vida. Foram as lágrimas mais doridas, que algum dia derramarei. Foi uma estrada sem fim, que prometi palmilhar em sentido inverso. Foi o início de uma nova vida, que não queria viver.
E calçou a luva branca e esbofeteou-me com ela.

Nunca voltarei a sentir a revolta que vivi, porque a adolescência deixei-a atrás há muito tempo, mas voltou aquele amargo sabor a tristeza, que me acompanhou na distância. E do sonho do retorno feliz, ficou-me a lembrança, e hoje, não queria ter que partir, assim.