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30 outubro, 2006

A resposta da resposta

Tu de facto ainda és pior do que eu pensava, dou-me por vencida dando-te por impossível com os nominativos piegas, mas não abdico do meu direito de voltar-te a repetir que os abomino, por muito que te custe acreditar.
Quanto ao teu pós-scriptum, que eu interpreto como a forma delicada que encontraste de retribuir-me a “graça” (o que não deixa de ser uma gentileza), dizer-te que tudo tem o seu tempo. O que outrora me pareceu uma consequência lógica de um agradável infortúnio, hoje já não faz sentido. Porque me habituaste aos olá, como estás? e que tal de fim-de-semana?, que não sendo ditos com indiferença, o são com a distância suficiente para não relevar mais nada, que tem o efeito de não nos preocupar, é como cruzar-nos com o vizinho na escada. E supondo, porque a minha prepotência sempre gostou de tal, que não entendes o porquê dos “escritos”, dizer-te que são apenas momentos. Sempre te guardarei um carinho especial, como a quem me ofereceu a primeira rosa, do qual não olvidarei o rosto, mas cujo nome esqueci há muito. Pelo que não sintas essa obrigação piedosa de agradecimento, porque não faz sentido.

Porquê não podemos limitar o agradecimento a um obrigado? Porquê acreditamos que sabemos o que os outros querem ouvir? Porquê somos incapazes de entender que não há necessidade de retribuir uma retribuição? Porquê voltei à idade dos porquês?