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24 maio, 2006

Sede de poder

A pior epidemia do século XXI não pode ser outra que a sede de poder. Convencionou-se, não sei porquê nem por quem, que o poder nos atribui um estatuto invejável aos olhos dos outros e todos o anseiam – como se nos proporcionasse uma passagem de ida e sem regresso marcado àquele destino paradisíaco, ou não, que há tanto almejamos. E não deixa de ser caricato ver os corpos inchar, como disformes balões infantis repletos de hélio. O que certamente os cérebros desses corpos esquecem, é a rapidez com que se afastarão de tudo e todos ao tempo de esvaziar.