Nunca deveríamos deixar as nossas decisões, acabar num ponto de interrogação cuja resposta não nos pertence.
Não sou apologista de deixar as decisões da minha vida em mãos alheias, se a vida tem que dar-me uma bofetada, que seja de mão cheia. E ainda tenho a face vermelha, os dedos desenhados no meu rosto e a incómoda sensação de que poderia ter sido diferente - não foi a vida, na realidade nunca é. Valha-me um orgulho maior que o ego de Narciso, para passear a minha nova maquilhagem como quem desfila com a última criação de Paco Rabanne. Porque apesar de tudo, a última palavra foi minha, por muito que me arrependa de a ter dito - o que em consciência não deveria fazer - mas é que a luta entre o coração e a razão, dura já há tanto tempo, que ninguém sabe dos tiles, e a cedilha está prestes a cair.
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